GENEBRA (Reuters) - Idosos no Reino Unido estão sofrendo discriminação após a votação que decidiu pela saída britânica da União Europeia, disse nesta terça-feira uma especialista independente de direitos humanos da Organização das Nações Unidas.
A presença de eleitores no referendo de 23 de junho foi maior entre pessoas mais velhas, e a maioria desse grupo votou a favor de deixar a UE. Entre os mais jovens, que tendem a ser a favor da permanência no bloco, a presença nas urnas foi bem menor.
O resultado do referendo dividiu o Reino Unido e causou caos político e turbulência econômica.
A especialista independente da ONU sobre direitos humanos para idosos Rosa Kornfeld-Matte criticou duramente pedidos feitas por alguns jornais e mídias sociais para restringir eleitores “grisalhos”, dizendo que diminuir direitos das pessoas sob pretexto de idade vai contra a lei internacional de direitos humanos.
“Uma revista até mesmo sugeriu que o direito de aposentados de votar deveria ser anulado, assim como são as carteiras de motoristas após certa idade”, disse a especialista chilena em comunicado.
Discriminação contra idosos os tornou marginalizados, socialmente excluídos e isolados, disse ela.
“Isso também está intimamente ligado à violência e ao abuso contra eles nas esferas pública e privada, à medida que servem de bodes expiatório e são alvos de estereótipos, o que alimenta motivos subconscientes.”
(Por Tom Miles)